26 mar Indústria do aço teme ‘inundação’ de importações
Barreira à entrada do produto nos EUA pode acarretar um desvio das vendas destinadas ao país para outros mercados, como o Brasil
Lu Aiko Otta, Lorena Rodrigues, O Estado de S. Paulo
25 Março 2018 | 05h00
BRASÍLIA – O governo montou um sistema de monitoramento especial para acompanhar, em detalhe e em tempo real, como estão as importações dos produtos atingidos pela decisão dos Estados Unidos de sobretaxar suas compras de aço em 25% e as de alumínio em 10%. A ordem é adotar medidas caso haja oscilações importantes no ingresso desses produtos no Brasil.
Há uma preocupação, no governo e no setor privado, quanto ao que pode acontecer com os produtos que “sobrarem” no mercado com a eventual redução das importações pelos Estados Unidos. Empresas brasileiras de aço e alumínio temem uma inundação e cobram mais proteção.
“É ingenuidade achar que, com uma medida dessas (sobretaxa), as indústrias vão espontaneamente reduzir sua produção”, disse o presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Milton Rego. “Elas vão buscar alternativas para desovar sua produção.”
O presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo Mello Lopes, disse que, potencialmente, a sobretaxa pode desviar para outros mercados perto de 25 milhões de toneladas de aço importados pelos Estados Unidos. A produção brasileira foi de 34 milhões de toneladas no ano passado.